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terça-feira, 31 de outubro de 2017

ESCORPIÕES DE INTERESSE MÉDICO - CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO

Escorpionismo é denominado o quadro de envenenamento humano causado pelo veneno escorpiônico (FOC, 2003).

Os acidentes escorpiônicos apresentam grande importância pela intensa frequência e gravidade com que ocorrem, destacam-se acidentes em crianças pelo Tityus serrulatus (FUNASA, 2001). Segundo a FNS (2003), animais que apresentam glândulas de veneno que se comunica com alguma estrutura (ferrões ou aguilhões, por exemplo) por onde o veneno é injetado, é denominado peçonhento. Sendo assim, todos os escorpiões são considerados animais peçonhentos, porém nem todos são considerados de grande importância médica.
O termo "peçonhento" se refere a um animal que apresenta veneno e algum tipo de mecanismo que possibilita a inoculação em outro organismo.  Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente, ou seja, possuem um mecanismo qualquer que os permite injetar seu veneno no organismo de outro animais. Somente a partir do início do século XIX é que foi considerado que estes animais representavam uma ordem dentro da classe dos aracnídeos, classificação que perdura até hoje. 
Portanto, os escorpiões são artrópodes terrestres quelicerados que integram a Classe Arachnida, juntamente com as aranhas (Araneae), ácaros (Acari), opiliões (Opiliones) e outros oito grupos menos conhecidos popularmente.Os aracnídeos destacam-se para os seres humanos como animais perigosos e de importância médica pela capacidade de transmitir doenças ou causar danos a plantações agrícolas (ácaros), e/ou pela ação do veneno de algumas espécies (aranhas e escorpiões). 
Taxionomia - Filo Arthropoda - Subfilo Chelicerata/Classe Arachnida - Ordem Scorpiones/Subordem Neoscorpionina - Infraordem Orthosternina/Família Bothriuridae Simon, 1880 - Tityus C.L. Koch, 1836. 
Os escorpiões tem uma ampla distribuição geográfica. São encontrados em todos os continentes, exceto na Antártica. Predominam nas zonas tropicais, mas também ocorrem em regiões temperadas. 
A maioria das espécies tem preferência por climas tropicais e subtropicais. Atualmente, os escorpiões possuem exigências específicas tanto em relação ao habitat e micro-habitat que ocupam, quanto em relação às condições do meio ambiente. 
Dessa maneira, a maioria das espécies apresenta padrões ecológicos e biogeográficos previsíveis e localizados. Porém, existem exceções, em particular, na família Buthidae, em que existem espécies dentro dos gêneros Tityus, Centruroides e Isometrus, que apresentam alta capacidade de adaptação, acarretando padrões irregulares de distribuição geográfica. Várias espécies de escorpiões são habitantes de cavernas, às vezes muito profundas, como é o caso do Alacran tartarus, que vive em grutas de profundidades superiores a 800 metros. 
Procuram locais escuros para se esconder, o hábito noturno é registrado para a maioria das espécies. São mais ativos durante os meses mais quentes do ano (em particular no período das chuvas) conforme (BRASIL. 2009).
O hábito noturno é registrado para a maioria das espécies. São mais ativos durante os meses mais quentes do ano (em particular no período das chuvas).  Devido às alterações climáticas do globo, em algumas regiões, estes animais têm se apresentado ativos durante o ano todo. 
A visão é pouco desenvolvida capaz de distinguir apenas luz e sombra. Possuem fendas sensoriais nas pernas possibilitando que percebam a movimentação do solo.
São carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos e aranhas, tornando-os um grupo de eficientes predadores de um grande número de outros pequenos animais, às vezes nocivos ao homem (BRASIL, 2009). 
Entre os seus predadores estão camundongos, quatis, macacos, sapos, lagartos, corujas, seriemas, galinhas, algumas aranhas, formigas, lacraias e os próprios escorpiões, de acordo com Brazil (2010).
Os pentes possuem função principalmente em perceber vibrações do solo e detectar a presença de inimigos e presas e também possuem função quimiorreceptora e mecanorreceptora, a espécie Tityus serrulatus possui as pernas e caudas amarelas claro e o tronco escuro e pode medir até 7 cm de comprimento. A denominação da espécie é devido a presença de uma serrilha nos 3° e 4° anéis da cauda (BRAZIL, 2009).
Tityus serrulatus
Márcio Freire - acervo da coleção biológica/2017
Os escorpiões são vivíparos, com período de gestação variável que em geral dura em torno de três meses, tratando-se de Tityus.  Respiram por meio de órgãos denominados filotraquéias também chamados de pulmões, o consumo de oxigênio é muito baixo variando conforme a necessidade, o sangue é responsável em transportar o oxigênio pelo corpo.
Durante o parto, a fêmea faz uma elevação do corpo e faz um "cesto" com as patas dianteiras, com apoio nas posteriores. Após o nascimento, os filhotes sobem no dorso da mãe através deste “cesto", onde permanecem até a primeira ecdise. O período que demoram a abandonar o dorso da mãe varia, mas é de aproximadamente 14 dias (SVS, 2009). Acredita-se que os escorpiões, quando colocados em um círculo de fogo, suicidam-se. Na verdade, irritados com o calor, eles assumem a posição característica de defesa e alerta, erguendo a cauda sobre o corpo e desferindo ferroadas em várias direções, morrendo por desidratação, conforme (JUNIOR e BARRAVIERA, 2002). 
O corpo é formado por tronco e cauda, a parte anterior do tronco não apresenta divisões, neste local estão localizados dois olhos na linha mediana e até cinco olhos de cada lado. Existem 6 pares de apêndices ligados a essa região; um par de quelíceras em forma de pinça, um par de palpos (“braços”) terminando em mão, com dois dedos. 
Quatro pares de pernas, que apresentam duas garras na extremidade, a parte superior do tronco é formada por sete segmentos e a cauda por cinco, na extremidade da cauda há um artículo chamado télson ou vesícula. 
O télson contém um par de glândulas de veneno, que desembocam em dois orifícios situados de cada lado da ponta do ferrão. O orifício anal fica localizado entre o quinto segmento da cauda e o télson, mostrando (JUNIOR e BARRAVIERA, 2002). O corpo do escorpião é dividido em: 
Carapaça: (Prossoma), onde estão inseridos um par de quelíceras (utilizadas para triturar alimento), um par de pedipalpos (pinças ou mãos) e quatro pares de pernas; 

Abdome: (opistossoma), formado por:Tronco: (mesossoma) onde, na face ventral, se encontram o opérculo genital e os apêndices sensoriais em forma de pentes que permitem a captação de estímulos mecânicos e químicos do meio, além de espiráculos que são aberturas externas dos pulmões;

Cauda: (metassoma) que possui na extremidade um artículo chamado telson que termina em um ferrão usado para inocular sua peçonha; o telson contém um par de glândulas produtoras de veneno que desembocam em dois orifícios situados de cada lado da ponta do ferrão. (Brasil, 2009).

DISTRIBUIÇÃO - ESCORPIONISMO 
Densidades populacionais destas espécies são expressivas e seus padrões ecológicos e de distribuição são aleatórios (LOURENÇO e EICKSTEDT, 2009).
Tem sido preocupante o aumento da dispersão em estados que não apresentam naturalmente sua distribuição. Destaca que a dispersão pode ser explicada em parte pelo fato de a espécie se reproduzir por partenogênese. 
Na partenogênese só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode gerar descendentes sem a necessidade de acasalamento, o que facilita sua dispersão.
Espécies podem ser chamadas de oportunistas ou generalistas, que é o caso destas do gênero Tityus. Isto por apresentarem períodos de desenvolvimento embrionário e pós-embrionário curtos, bem como a longevidade. Com grande produção de prole (em torno de 5) a partir de uma única inserção e possuem 17 mecanismos elaborados de estocagem de esperma. 
O T. Serrulatus apresenta grande adaptação a qualquer ambiente, pela introdução passiva, onde é transportada de um local para outro, e acaba por instalar-se e prolifera com uma velocidade muito grande. 
Além disso, há um problema ecológico, pois a introdução da espécie exótica para a região pode levar espécies nativas ao desaparecimento, devido à competição (FUNASA, 2001).
De acordo FUNASA (2001) destaca que desde que o país implantou a notificação dos acidentes escorpiônicos, em 1988, nota-se um aumento significativo no número de casos.
Cerca de 8.000 acidentes por ano, aproximadamente três casos á cada 100 mil habitantes, dados estes que podem estar defasados já que se passaram 11 anos desta publicação. 
Sendo a espécie mais perigosa T. serrulatus devido à letalidade do veneno e pela frequência que ocorre. A SVS (2009) ressalta que o escorpionismo é um problema de saúde pública devido à elevada incidência em diversas regiões do país, com mais de 36 mil casos notificados somente no ano de 2006.  O rápido aumento do número de casos nos últimos anos, fez com que ultrapassasse até mesmo o ofidismo em números absolutos.
O veneno escorpiônico é uma mistura complexa de proteínas básicas de baixo peso molecular, associada a pequenas quantidades de aminoácidos e sais, sem atividade hemolítica, proteolítica, colinesterásica, fosfolipásica e não consome fibrinogênio (LOURENÇO & EICKSTEDT, 2009).
O quadro clínico pode ser observado por dor local, acompanhada por parestesias. Nos acidentes moderados e graves podem ocorrem manifestações sistêmicas, como: hipo ou hipertermia e sudorese profunda, náuseas e vômitos, arritmias cardíacas, edema pulmonar agudo, agitação, sonolência e tremores (FUNASA, 2001).

O que fazer para evitar o acidente escorpiônico?
  • Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados.
  • Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc.; 
  • Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
  • Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões); 
  • Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões; Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros; 
  • Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões; 
  • Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.
  • Examinar roupas (inclusive as de cama), calcados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes do usar; 
  • Usar luvas de raspa de couro ou similar e calcados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral, como esta especificados na NR 06 EPI- Anexo 1 membros inferiores e superiores.
  • Manter berços e camas afastados, no mínimo 10 cm, das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão.
  • Tomar cuidado especial ao encostar-se a locais escuros e úmidos e com presença de baratas.
  • Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar; 
  • Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. 
  • Não jogar lixo em terrenos baldios; Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros (aceiro) das redondezas dos imóveis; 
  • Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas; Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha; 
  • Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas; Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; 
  • Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados; 
  • Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
Observação: em áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de árvores abandonadas por longos períodos).
  • O que fazer - Limpar o local com água e sabão; Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência). 
  • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde pois a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico.
  • O que não fazer - Não amarrar ou fazer torniquete; Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções; 
  • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.
Em adultos, a dor é o sintoma mais comum e seu alívio pode ser conseguido por meio de compressas mornas quando o quadro não é muito intenso. Qualquer outra medida ou procedimento local está contraindicado. 
A dor no local da picada, por si só, não é indicação de uso de antivenenoso(BRASIL. 2009).
O RECONHECIMENTO DO RISCO DE ACIDENTE AO TRABALHADOR
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eliminação ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de danos à saúde do trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano, conforme (NR 32). 
Os Riscos Ambientais (NR 09 dentro do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA) consideram-se riscos ambientais os agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e os riscos de acidentes de trabalho, eles são capazes de causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador em função de sua natureza, concentração, intensidade, suscetibilidade e tempo de exposição.http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR09/NR-09-2016.pdf
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf
Estabelecendo a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. 
Os riscos de acidentes ocorrem em função das condições físicas (do ambiente físico e do processo de trabalho) e tecnológicas, impróprias, capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador, Grupo 5 - Risco de acidentes com Animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, serpentes) (NR 09).
Embasado-se na NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, e na NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI. Em casos de acidentes com animais peçonhentos, após os procedimentos de primeiros socorros, o trabalhador acidentado deve ser encaminhado imediatamente à unidade de saúde mais próxima do local.

Medidas de Proteção Pessoal 
É obrigatório o fornecimento aos trabalhadores, gratuitamente, de equipamentos de proteção individual (EPI), nas seguintes circunstâncias: 
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente comprovadas inviáveis ou quando não oferecerem completa proteção contra os riscos decorrentes do trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
c) para atender situações de emergência.
Os equipamentos de proteção individual devem ser adequados aos riscos e mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento. 
Cabe ao empregador orientar o empregado sobre o uso do EPI. 
O empregador rural ou equiparado, de acordo com as necessidades de cada atividade, deve fornecer aos trabalhadores os seguintes equipamentos de proteção individual: Picadas de animais peçonhentos; proteção dos membros inferiores;
O empregador deve exigir que os trabalhadores utilizem os EPIs. 
1. Botas impermeáveis e antiderrapantes para trabalhos em terrenos úmidos, lamacentos, encharcados ou com dejetos de animais; 
2. Botas com biqueira reforçada para trabalhos em que haja perigo de queda de materiais, objetos pesados e pisões de animais;
3. Botas com solado reforçado, onde haja risco de perfuração.

4. Botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presença de animais peçonhentos; 
5. Perneiras em atividades onde haja perigo de lesões provocadas por materiais ou objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes;
6. Calçados impermeáveis e resistentes em trabalhos com produtos químicos;
7. Calçados fechados para as demais atividades. (Conforme a NR-31)
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR31.pdf


LEIS DIRECIONADAS A FAUNA 
A Constituição Federal, no artigo 225, garante a toda coletividade o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. (BRASIL, 1988). 
E de acordo com a lei nº 6.938/1981, Política Nacional do Meio Ambiente, no Art. 2º. tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 

A educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.


Lei Federal Nº 9.605/98 - Crimes Ambientais
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo.  
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 4º - VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.  
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:   
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, QUANDO EXISTIREM RECURSOS ALTERNATIVOS.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Instrução Normativa/IBAMA nº 141/2006  
Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva, as administradoras dos pontos de entrada e os responsáveis pelos meios de transporte devem monitorar a presença e densidade da infestação por espécimes da fauna sinantrópica e aplicar medidas de controle integrado, com ênfase no manejo ambiental. 
Tais medidas devem ser acompanhadas pela autoridade sanitária federal. ANVISA, 2013.
Art. 1º Regulamentar o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. 
V - fauna sinantrópica nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que represente riscos à saúde pública;
§ 3o A eliminação direta de indivíduos das espécies em questão deve ser efetuada somente quando tiverem sido esgotadas as medidas de manejo ambiental definidas no art. 2o.

CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO 

Gênero Tityus Koch, 1836.

 Escorpiões de pequeno a grande porte, podem atingir de 25 a 110 mm de comprimento total. 
Coloração e padrões variáveis, em geral a coloração varia de amarelo claro ou amarelo avermelhado a marrom avermelhado, marrom escuro e preto, e com manchas escuras que podem assumir diferentes configurações. Todos mos segmentos são fortemente granulados. 
A porção interna do dedo móvel do pedipalpo apresenta uma série de grânulos distribuídos em filas oblíquas. Para o gênero Tityus o número de filas pode variar de 12 a 17, sem grânulos supernumerários. 
O número de dentes do pente pode variar de 10 a 30.  Segmentos do metassoma são semelhantes em machos e fêmeas, ou são posteriormente alongados ou alargados em machos. 
O dimorfismo sexual está presente em quase todas as espécies e manifesta-se em diferentes padrões ou configurações.

1- Espécies do grupo cathratus; número de filas oblíquas da face interna do dedo móvel de 15 a 16.........................
                                  
.......................................... 2


Espécies do grupo bahiensis e asthens; número de filas oblíquas da face interna do dedo móvel 17.......................................................................................


..........................................4


2- Tíbia do pedipalpo (mão) da fêmea tão robusta quanto à do macho; segmentos do metassoma do macho mais longos do que os da fêmeas; Cerrado do Brasil Central...............................................................................



...... Tityus mattogrossensis


Tíbia do pedipalpo (mão) e segmentos do metassoma, do macho, mais robustos do que os da fêmea...................

.......................................... 3


3- Segmentos do metassoma I ao IV sem um grânulo espinóide posterior; Bacia Amazônica..............................

....................Tityus silvestris


Grânulo espinóide posterior, segmentos do metassoma I ao IV, presente e muito pequeno; Da Argentina e Paraguai ao Estado de MS, MT ?..................................................................................



...........Tityus paraguayensis


4- Espécies de médio porte, variando de 50 a 70 mm de comprimento total; coloração predominantemente clara variando do amarelado ao marrom avermelhado ou amarronzado, nunca preto; frequentemente com manchas escuras conspícuas; lamela basal, da fêmea, não dilatada na maioria das espécies.....................................................





.......................................... 5


 Espécies de grande porte, com comprimento total variando de 65 a 100 mm; pigmentação enegrecida no adulto e amarelo/variegado em indivíduos imaturos; dente subaculear sempre aguçado; lamela média basal da fêmea dilatada em quase todas as espécies....................................




........................................ 13


5- Coloração geral dos tergitos (placas dorsais do mesossoma) constituída por manchas marrons claras confluentes, ou com coloração uniformemente amarelada ou marrom escuro; as manchas nos tergitos do mesossoma nunca formam faixas......................................




.......................................... 6


Tergitos com três faixas escuras longitudinais.............
.........................................10



6- Segmentos III e IV do metassoma com mais de 1 grânulo modificado em espinho........................................


….......................................7


   Segmentos III e IV do metassoma com um ou nenhum grânulo modificados em espinho. …...................................

….......................................8


7- Uma faixa longitudinal escura sobre os tergitos; mancha escura triangular na parte anterior da carapaça ...

…........... Tityus stigmurus*



  Manchas escuras confluentes sobre os tergitos, as vezes os tergitos tornam-se uniformemente escuros; mancha escura na porção ventral do V segmento do metassoma...


…...........Tityus serrulatus*


8- Coloração geral marrom amarelado; tergitos com manchas marrons claras confluentes, sem manchas escuras evidentes nos pedipalpos e nas pernas..................


…...................................... 9


  Coloração geral marrom escuro; tergitos uniformemente escuros; pedipalpos e patas com manchas escuras evidentes…..........................................................................


…............ Tityus bahiensis*


9- Lamela médio-basal do pente da fêmea com apenas a metade de sua superfície no nível dos dentes anteriores; de 18 a 19 dentes no pente; grande porte, de 60 a 70 mm; região central da Amazônia, (MT)....................................



..................Tityus  strandi


Patas e pedipalpos amarelos claros e imaculados; segmento do metassoma, de I a III, amarelo claro ou marrom claro, IV e V marrom avermelhado; dentes do pente de 20 a 24; médio porte de 45 a 50 mm da Argentina ao Mato Grosso (comum na área urbana de Cuiabá)..............................................................................





.................. Tityus confluens


10- Pedipalpos imaculados..................................................
........................................ 11


    Pedipalpos com manchas reduzidas ou amplas.............
........................................ 12


11- Pernas imaculadas; Oeste do Paraná, SP, MS (MT?).................................................................................

................. Tityus trivittatus


Pernas com manchas circulares difusas; Norte de Mato Grosso e Pará.......................................................................

.................. Tityus carvalhoi




12- Pedipalpos com manchas reduzidas; segmentos do metassoma sem manchas; pernas com manchas difusas; parte oeste de Goiás, sudeste de MT...................................


...............Tityus charreyroni


Manchas dos pedipalpos e pernas densamente definidas e, porção ventral metassoma  com manchas que formam uma faixa ; DF, GO e Triângulo Mineiro, MT.....................................................................................



............... Tityus fasciolatus


13- Pedipalpo do macho maior e mais robusto do que o da fêmea: norte de Mato Grosso, Apiacás, Aripuanã, Paranaíta (espécies de interesse médico)...........................


.............. Tityus metuendus*


Pedipalpo do macho mais longo e mais estreito que o da fêmea...........................................................................

........................................ 14


14- Tíbia do pedipalpo do macho (mão) mais longa do que larga, tão longa quanto os dedos.................................

…................Tityus apiacas*
     Tíbia do pedipalpo do macho (mão), mais larga do que longa  não tão longa quanto os dedos.........................

…........... Tityus obscurus*#
          

* = Segundo: Manual de Diagnostico e Tratamento de Acidentes por animais peçonhentos. 2 ed. Ministério da Saúde - Fundação Nacional de Saúde. Brasília-DF. 2001.
# = Tityus obscurus (= Tityus cambridgei e Tityus paraensis) segundo: LOURENÇO, W.R. & E.A. LEGUIN. 2008. The true identity fo Scorpio (Atreus) obscurus Gervais, 1843 (Scorpiones, Buthidae). Euscorpius 75: 1-9. 2008.
 LOURENÇO, W. R. 2002a. Scorpions. Pp. 399−438 in: Adis, J. (ed.), Amazonian Arachnida and Myriapoda. Pensoft Publishers, Series Faunistica N° 24, Sofia-Moscow.
LOURENÇO, W.R. 2002b. Scorpions of Brazil. Paris, Les Éditions de l'If, 307p.
PROF. DR. MARCOS ANDRÉ DE CARVALHO – IB/UFMT

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANVISA. Ministério da Saúde.. Agencia nacional de vigilância sanitária. Fauna sinantrópica nociva, Brasilia , DF, 2014.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978- NR 06, NR 09, NR 31, NR32. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de controle de escorpiões / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
BORGES, C. V. A. Acidente por Tityus serrulatus e suas implicações epidemiológicas no Rio Grande do Sul. Rev Saúde Pública, 2002.
BRAZIL, T. K.; PORTO T. J. Os escorpiões. Salvador : EDUFBA, 2010. p.15 .
CANDIDO, D. M., et al. Escorpiões - Biodiversidade do Estado de São Paulo. Volume 5. Invertebrados Terrestres. São Paulo. Fapesp, 1999.
CUPO, P. AZEVEDO- MARQUES, M. M., HERING, S. E. Acidentes por animais peçonhentos: Escorpiões e aranhas. Medicina. Ribeirão Preto, 36: 490-497,2003.
CARDOSO, J.L.C. et al. Animais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes, SP: SARVIER, 2009.
DIÁRIO DE CUIABÁ. Seis ataques de escorpião em uma semana, Cuiabá - MT, disponível em http://67.210.115.11/detalhe.php?cod=336680 acesso 23 de jan 2014.
FUNASA, Fundação Nacional da Saúde. Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. –Brasília, 2001.
FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde. Manual de Primeiros Socorros, Rio de Janeiro, 2003.
FUNDACENTRO. Ministério do Trabalho e Emprego. Instituto Butantan. Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos. 2001.
JUNIOR, R.S.F.; BARRAVIERA, B. Artrópodes de Importância Médica/ Rio de Janeiro: EPUB, 2002.
LOURENÇO, W. R.; EICKSTEDT, V. R. D. V.; CARDOSO, J. L. C. et all. Animais peçonhentos no Brasil: Biologia, clínica e Terapêutica dos acidentes. 2. Ed. São Paulo: Sarvier, 2009.
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POLIS, G. A. The Biology of Scorpions. Stanford University Press, Stanford. . 1990.
SVS, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões - Brasília. 2009.






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